sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Abbas na ONU: ´Basta! A hora da independência chegou!`

23/09/2011 - 14:12

Abbas na ONU: ´Basta! A hora da independência chegou!`

Pouco antes de discursar, autoridade Palestina entregou pasta com pedido formal de reconhecimento do novo estado

Abbas na ONU: ´Basta! A hora da independência chegou!`
 
Um ano atrás, nesta mesma sala, retomamos as negociações a fim de alcançar um acordo de paz, com a mediação do presidente (dos EUA, Barack) Obama. Entramos de coração aberto e orelhas atentas, mas os esforços foram em vão. Semanas depois, a tentativa fracassou.

Dessa forma, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, iniciou seu discurso na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas para pedir oficialmente o reconhecimento do estado palestino.

"Basta! É hora de os palestinos finalmente terem sua liberdade. A hora da independência chegou", declarou ele, que em vários momentos foi ovacionado por parte da plateia formada por chefes de estado e representantes diplomáticos - os Estados Unidos, por exemplo, que são contra a proposta, ouviram o discurso sem se manifestar. Ainda assim, Abbas agradeceu a todos os estados que apoiaram a proposta, inclusive o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

"O apoio de tantos países ao estado palestino e a sua admissão na ONU é uma contribuição para a paz no mundo", disse.

Além do estado independente, Abbas também pediu a libertação imediata dos palestinos presos pelo governo israelense e afirmou que seu povo sempre esteve determinado a negociar. Ele defende que o reconhecimento do novo estado deve acelerar o avanço no diálogo, enquanto Israel alega exatamente o contrário - que as negociações precisam ser retomadas antes de qualquer decisão ser tomada pela ONU.

"Não podemos simplesmente seguir as negociações como se tudo estivesse bem, se os israelenses continuam com a ocupação em território palestino. É totalmente inaceitável", continuou Abbas. "Não vamos permitir que continuem rejeitando resoluções já tomadas e ignorando a posição da maioria dos países do mundo."

Ele culpa as autoridades israelenses de terem acabado com suas esperanças em relação a um acordo de paz, ao intensificarem a construção dos assentamentos no território do futuro estado palestino. Abbas também define como "brutalidade" a maneira como Israel tem tratado o povo palestino, confiscando sistematicamente as casas de milhares de pessoas que vivem na Cisjordânia e destruindo comunidades inteiras. Sobre o terrorismo, principal preocupação de Israel diante da possibilidade de criação imediata do estado palestino, Abbas afirmou que condena essas atividades criminosas "em todas as suas formas".

Há semanas, Abbas ensaiava formalizar a solicitação de criação do estado palestino. Pouco antes de tomar o microfone, entregou o pedido formal em uma pasta com o símbolo palestino na sala de reuniões do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que vai analisar o conteúdo. Abbas sugere a criação de um estado palestino e seu reconhecimento como membro da organização internacional, hoje com status de "entidade observadora" e sem direito a voto nas Nações Unidas. Mas as chances de isso acontecer são quase nulas. Afinados com os americanos, os israelenses dizem que a prioridade é dar continuidade às negociações bilaterais e diretas - mesmo que tenha tido poucos avanços até o momento e estejam travadas há quase um ano. Para eles, tal decisão deve ser alcançada na mesa do diálogo, mas só depois que as preocupações de Israel com a segurança do país sejam superadas.
 
Fonte: Veja

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