quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpus Christi e a Bíblia

Hoje é comemorado em todo o Brasil pela Igreja Católica Romana o feriado de "Corpus Christi".

De acordo com a Igreja Católica Romana, durante a missa, no momento em que o sacerdote proclama as palavras “Isto é o meu corpo e isto é o meu sangue”, ocorre o ato da transubstanciação, por meio do qual a substância do pão e vinho (neste caso, a hóstia e o vinho) se transforma no corpo e sangue de Cristo. Este é o momento mais importante de toda a celebração de Corpus Christi para os católicos romanos – as hóstias até então não consagradas, tornam-se consagradas.

"Acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue". (extraído do site http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=234011 em 23.06.11).

Sobre a origem da festa, temos a seguinte informação:

"A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.
A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças". (extraído do site http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=234011 em 23.06.11).

Ocorre que, na verdade, tal festa não possui respaldo bíblico. Respeitando-se as regras da hermenêutica sacra, não é possível chegar à conclusão de que pão se transforma em carne e vinho em sangue de Cristo.

Tanto é que mesmo a Igreja Católica Romana não sustenta seu costume de comemorar o "Corpus Christi" na Bíblia, mas em uma visão que uma freira teria recebido depois de 1.200 anos do início do cristianismo.

Quanto ao texto utilizado para fundamentar tal prática, evidentemente em nenhum momento Cristo ensinou o canibalismo.

Quando tentando pelo diabo, Jesus Cristo disse: "Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’" (Mateus 4:4).

João diz, inspirado pelo Espírito Santo, sobre Jesus Cristo: "No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus ... Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade" (João 1:1,14).

No capítulo 6 do Evangelho escrito por João, de onde a igreja romana utiliza alguns versículos para justificar a comemoração do "Corpus Christi", Jesus afirma ser o pão celestial, "o pão vivo que desceu do céu" (João 6:41, 51).

Logo, Jesus Cristo é a Palavra de Deus encarnada, a Palavra que se fez homem. Tudo que pode ser conhecido e dito a respeito de Deus se encontra em Cristo, porque Ele é o próprio Deus. 


Ao dizer que o ser humano não viverá apenas do alimento físico (nem só de pão), mas também do alimento espiritual (de toda palavra que procede da boca de Deus), Cristo afirma que temos que alimentar nosso espírito com seus ensinamentos.

Assim, as palavras de Jesus Cristo sobre "comer sua carne" e "beber o seu sangue" são uma figura de linguagem, com o significado de que o que alimenta nosso espírito é nossa fé Nele.

Quem tiver fé em Cristo, quem viver segundo seus ensinamentos, quem entregar sua vida a Ele, "quem comer este pão viverá para sempre" (João 6:58).

Faz parte dos princípios batistas o seguinte entendimento sobre o assunto:

"A ceia do Senhor, observada através dos símbolos do pão e do vinho, é um profundo esquadrinhamento do coração, uma grata lembrança de Jesus Cristo e sua morte vicária na cruz, uma abençoada segurança de sua volta e uma jubilosa comunhão com o Cristo vivo e seu povo". (extraído do site http://www.batistas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=16&Itemid=16&limitstart=4 em 23.06.11).

É por tudo isso que os cristãos oriundos da Reforma Protestante não comemoram o "Corpus Christi", comemoram apenas a Ceia do Senhor onde o pão e o suco de vinho são uma representação do sacrifício de Cristo, um símbolo, para não nos esquecermos do que nosso Deus fez por nós e do que Ele fará quando retornar à Terra para consumar seu reino.

Deus os abençoe!

Pr.Nill

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A beleza dos joelhos dobrados

Grandes homens oravam de joelhos e desfrutavam de uma poderosa comunhão com Deus. “Quando dobrados, os joelhos diminuem a altura do que ora e aumenta a altura daquele a quem se ora”.

Deus criou o ser humano ereto, mas ele precisa aprender a se curvar, sobretudo, diante do Criador e diante de seu semelhante. Ele não tem facilidade para fazer isso.
Em vez disso, ele é naturalmente resistente a qualquer curvatura. Uma das acusações feitas por Deus a Israel era a de que “os tendões de seu pescoço eram de ferro, a sua testa era de bronze” (Is 48.4; Êx32.9). Essa criatura incurvável não se dobra, não se ajoelha, não coloca o rosto no mesmo lugar onde estão os seus pés. Ela é dura, teimosa, orgulhosa e obstinada.

O ser humano precisa descobrir a beleza dos joelhos. Eles substituem os pés na prática da oração. Quando dobrados, os joelhos diminuem a altura do que ora e aumenta a altura daquele a quem se ora. É uma reverência aceita por Deus que pode facilitar a oração e a comunhão com ele, desde que o espírito também esteja dobrado.

Pessoas extremamente necessitadas aproximavam-se de Jesus e punham-se de joelhos diante dele para suplicar a graça desejada. É o caso do leproso que pediu ao Senhor: “Se quiseres, podes purificar-me” (Mc 1.40); do pai do garoto epilético que suplicou: “Senhor, tem misericórdia do meu filho, pois, ele tem ataques e está sofrendo muito” (Mt17.17-15); e também do jovem rico que se ajoelhou em plena rua e perguntou: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna”? (Mc 10.17).

Precisamos voltar aos joelhos. Para orar, vários personagens da Bíblia punham-se de joelhos. Na dedicação do templo de Jerusalém, “Salomão ficou em pé na plataforma e depois ajoelhou-se diante de toda a assembleia de Israel, levantou as mãos para o céu e orou” (2Cr 6.13). O escriba Esdras nos conta que “na hora do sacrifício da tarde, eu saí do meu abatimento, com a túnica e o manto rasgados, e caí de joelhos com as mãos estendidas para o Senhor, o meu Deus, e orei” (Ed 9.5).

No caso do profeta Daniel, lê-se que a mão de alguém o colocou sobre as suas próprias mãos e joelhos, indicando uma curvatura maior (Dn 10.10). Pouco antes de morrer apedrejado, Estêvão caiu de joelhos e bradou: “Senhor não os considere culpados deste pecado”. (At 7.60.).

Em Mileto, Paulo mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso e, depois de os entregar a Deus, “ajoelhou-se com todos eles e orou” (At 20.36). Cena ainda mais bela aconteceu pouco depois, na cidade de Tiro, a caminho de Jerusalém. Os cristãos da cidade, suas esposas e seus filhos acompanharam Paulo até a praia e todos se ajoelharam para orar, antes de o apóstolo embarcar no navio (At 21.5). Na Epístola escrita aos efésios, o mesmo Paulo revela: “Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai” e orou para que “ele os fortaleça com poder, por meio do seu Espírito”. (Ef 3.14-16.).

Passagem curiosa é quando Elias “subiu o alto do Carmelo, dobrou-se até o chão e pôs o rosto entre os joelhos”. Com a cabeça, o peito e o ventre totalmente dobrados em cima dos joelhos, o profeta pediu chuva e ela veio (1Rs 18.42; Tg 5.18).

Na agonia do Getsêmani, Jesus “se afastou [dos discípulos] a uma pequena distância [de mais ou menos trinta metros], ajoelhou-se e começou a orar” (Lc 22.41). Na versão de Mateus, o Senhor “prostrou-se com o rosto em terra e orou” (Mt 26.39).

No que diz respeito à arte da oração e da adoração, os joelhos estão ociosos. Eles foram feitos também para se dobrarem diante do todo Poderoso. Daí o convite: “Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador”. (Sl 95.6.) Precisamos aprender a fazer isso para que, na plenitude da salvação, “ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.10-11).
Fonte: lagoinha.com